Algumas lições empresariaisda estratégia dos EUA no Iraque

 
A observação atenta do que ocorreu, do ponto de vista da estratégia militar, na guerra do Iraque, quando se consegue abstrair os aspectos hediondos do conflito, fornece algumas lições importantes para a estratégia empresarial.
O parentesco entre as estratégias militar e empresarial é de nascença e a origem da primeira se perde na noite dos tempos. Desde que o homem assumiu sua condição de ser social sobre a face da Terra que passou a disputar com grupos rivais o domínio sobre determinados territórios. E fez isso, predominantemente, pela luta armada, travada com auxílio de artefatos que foram desde paus e pedras até mísseis teleguiados por satélite. Na Grécia e na China antigas, o conhecimento sobre a guerra ganhou status de disciplina. Da Grécia herdamos a origem da palavra estratégia (do grego strategía, arte do general) e da China o mais antigo tratado militar conhecido sobre o tema (“Arte da Guerra”, do século 4 antes de Cristo).
O próprio processo de formulação da estratégia empresarial, na forma como o conhecemos e praticamos hoje, é uma disciplina surgida após a Segunda Guerra Mundial, na década de 50 do Século 20. Depois do enorme sucesso norte-americano no conflito, baseado num esforço de guerra planejado com obstinação e arrojo, estudiosos da nascente ciência da administração forjaram as bases do planejamento estratégico empresarial. Nessa abordagem, o “campo de batalha” passa a ser o mercado, as “armas” os produtos, o “inimigo” o concorrente e o “objetivo” a ser conquistado, a preferência do cliente.
Sob essa ótica é que se pode aproveitar a oportunidade para tentar observar o que, do ponto de vista estritamente militar da ação vitoriosa norte-americana, é aplicável à moderna estratégia empresarial.
Os principais fatores que levaram à fulminante vitória dos EUA foram os seguintes:
1.Tecnologia Avançada
Foram empregados os mais modernos equipamentos e a mais apurada tecnologia bélica do planeta.
2.Vantagem Competitiva
Os EUA usaram de forma avassaladora a sua mais evidente vantagem competitiva sobre o oponente: o poderio aéreo. Sua aviação debilitou a tal ponto as defesas do Iraque que a tomada de Bagdá se deu com um contingente terrestre irrisório porque a resistência estava completamente destroçada.
3.Rapidez da Ação
A ação militar invasora chegou ao seu objetivo (a derrubada do regime) em três breves semanas, contando o atrapalho inicial decorrente da subestimação da reação do inimigo. Os estrategistas militares sabiam que não podiam perder tempo dada a grande oposição que a intransigente postura norte-americana provocou na comunidade internacional.
4.Profissionalismo
Todo o contingente das forças armadas norte-americanas que atuou no Iraque foi composto por soldados e oficias profissionais, treinados exaustivamente para a tarefa que foram desempenhar.
5.Logística Eficiente
Para cada carro de combate, dizem os especialistas, foram necessários cinco outros veículos de apoio e para cada combatente, quatro outros militares de suporte. Deslocar esse contingente dentro de um país estranho, pelo meio do deserto, requereu muita organização e preparo.
Comparativamente, pode-se dizer que terá maior sucesso em sua estratégia a empresa que conseguir, na sua atuação de mercado, usar a mais apurada tecnologia disponível, fazer uso intensivo da sua principal vantagem competitiva, ter rapidez na ação, atuar com o maior profissionalismo possível e possuir uma logística eficiente. E o melhor de tudo: sem precisar dar um tiro sequer. Porém, com uma diferença fundamental: a ética. Mas isso já é matéria para um outro Gestão Hoje

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