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Pesquisas apontam dificuldades para cenário re-eleitoral do presidente Lula

Até meados do primeiro semestre de 2005, o presidente Lula era imbatível para sua própria sucessão. Todos os analistas davam a reeleição praticamente como favas contadas. Foi então que sobreveio a crise política e tudo mudou. As últimas pesquisas CNI e Datafolha mostram, com muita clareza, as conseqüências da crise detonada pelas denúncias do “mensalão” sobre as pretensões re-eleitorais do presidente Lula.

A galinha brasileira ainda tem muito o que voar para que o país atinja o mínimo

O governo Lula está diante de um problema importante: precisa que haja crescimento econômico vigoroso em 2006 para aumentar suas chances re-eleitorais. Todavia, a profundidade da crise política ocorrida em 2005 fez com que o Banco Central aparentemente exagerasse na dose do remédio dos juros. Com isso, houve queda acentuada do PIB no terceiro trimestre de 2005, o que compromete o crescimento futuro. Se o crescimento vier pequeno, fica abalado o discurso do governo.

Agora, não dá mais para fazerum "acordão" e terminar tudo em pizza

Com a descoberta de que o esquema chamado pela imprensa de “lavanderia do Marcos Valério” tinha sido usado também na campanha eleitoral do ex-governador e hoje senador mineiro Eduardo Azeredo, presidente do PSDB, começou a ser disseminada, na semana que passou, a impressão de que a crise política havia atingido o seu ápice e, a partir daí, começaria a refluir, sinalizando para um acordo que levaria à não punição dos culpados. Uma análise um pouco mais cuidadosa e menos apressada leva a conclusões opostas.

A democracia brasileira precisado PT como um partido político forte

Numa das grandes enchentes do Rio Capibaribe que assolaram a cidade do Recife na década de 1970, o empresário do comércio de tecidos Luiz Gonzaga de Lima Borges, chamado por familiares e amigos de Dosa, transferido de sua casa térrea no bairro da Tamarineira para o primeiro andar de uma casa vizinha, impressionado com a força e altura das águas que invadiam a rua, ia freqüentemente à varanda, olhava a devastação, e repetia um chavão bem ao gosto da imprensa da época:

Não é hora de descrer da políticamas sim de exigir uma reforma efetiva

Independente da descoberta e da punição dos culpados pelas recentes malfeitorias políticas investigadas pela CPI dos Correios e diversas outras sindicâncias paralelas no âmbito dos poderes legislativo, executivo e judiciário, é indispensável, como assinalado no Gestão Hoje anterior (número 540), aproveitar a crise para avançar na melhoria do arcabouço político do país.