Que 2003 seja melhor do queas melhores projeções para o futuro

 
Final de ano é uma época propícia para fazer um balanço sobre o período passado e para fazer projeções sobre o período futuro.
Todavia, apesar do futuro constituir-se, para a maioria das pessoas, quase que numa obsessão, pelo menos em se tratando de planejamento empresarial, é mais fácil e bem mais tentador olhar para trás do que para frente. Procurar saber ou explicar porque determinada coisa programada não foi feita parece mais confortável do que tratar do que precisa ser feito para a frente, inclusive a parte do programado que não foi executada.

“É por isso que somos obcecados pelo futuro. Temos medo dele.”

Clemente Nóbrega, físico e consultor brasileiro

Talvez o medo nos faça o passado parecer mais suportável, mesmo que seja para tratar do que não foi feito. Talvez seja mais fácil, do ponto de vista psicológico, procurar culpados pelo que não aconteceu do que assumir responsabilidades pelo que precisa acontecer.
Quando passamos do plano pessoal ou empresarial para o plano político, então, a coisa fica mais complexa ainda. Sobretudo num país como o nosso que sofre, há décadas, a onipresença da economia na vida política nacional.

“A economia é uma ciência mais hábil em interpretar o passado do que em prever o futuro.”

Gustavo Patú, jornalista brasileiro

Num momento de transição política como o que estamos vivendo essa realidade precisa ser bem observada para que não atrapalhe a nossa capacidade de reflexão, tanto em relação ao passado quanto ao futuro. Para ajudar nessa tarefa, dois pensamentos de políticos brasileiros de expressão sobre o futuro.

“O futuro não é o que a gente teme. O futuro é o que a gente ousa.”

Carlos Lacerda, 1914-1977, político brasileiro

“A melhor forma de apostar no futuro é fazê-lo brotar no presente.”

Juscelino Kubitschek, 1902-1976, ex-presidente

A peculiaridade do momento de transição pelo qual passa o país pode, de certa forma, comprometer tanto a capacidade de compreensão do passado quanto a de projeção do futuro. Tanto a satanização do passado (governo FHC) quanto a excessiva expectativa em relação ao futuro (governo Lula) precisam ser reguladas.

“Há países em que é tão difícil prever o futuro quanto o passado. (…) Os próximos anos vão definir não apenas o futuro quanto o próprio passado. Afinal, o país não é uma página em branco. Nele foram recentemente inscritas novas características. Se o país der certo, as mudança, no atacado, estarão aprovadas. Se o país der errado, as mudanças estarão, também, condenadas. Paradoxalmente, o acerto de um governo de oposição consagraria, no atacado, a obra de FHC. E vice-versa.”

Antônio Barros de Castro, economista brasileiro

Com essa constatação, o Gestão Hoje encerra um ano atribulado e difícil, marcado por importantes tensões na economia e por uma mudança expressiva na política, com implicações significativas para o futuro do país.
Os que fazem o informativo e a TGI desejam a todos os leitores e amigos um 2003 de sucesso, na esperança de que as mudanças acontecidas e as ainda por acontecer estejam no caminho da construção de um futuro melhor para o país.
Que 2003 seja melhor do que as melhores projeções para o futuro.