Conjuntura

Reflexões sobre guerra e paz

Na semana passada eclodiu o mais sério conflito entre israelenses e palestinos desde 1993, quando foi assinado o acordo de Oslo, ocasião em que Israel e OLP se reconheceram mutuamente e estabeleceram um cronograma para construção de uma solução pacífica para a milenar disputa territorial. Muitos avanços foram feitos até que as negociações esbarraram na jurisdição de Jerusalém, cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos e reivindicada como capital tanto pelos israelenses quanto pelos palestinos. A disputa pela cidade é um emblema da luta entre os dois povos: não estão dispostos a repartir, pelo contrário, reivindicam a mesma terra, a mesma pedra. Acrescentem-se a isso os radicalismos de parte a parte e têm-se a receita certa para a tragédia.

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Cronicamente inviável?

Há um filme brasileiro recentemente lançado com este título: “Cronicamente Inviável.” É do cineasta paranaense, radicado em São Paulo, Sérgio Bianchi. A força da película está, segundo Fernando de Barros e Silva, editor do “Painel” da Folha de S.Paulo (na edição de 13.07.2000), na “abordagem antropológica que faz do Brasil, como se nos dissesse que somos uma ’sociedade de índios’, que sobrevive e se reproduz idêntica a si mesma há 500 anos, não apesar, mas justamente por ser cronicamente inviável (…) sua história é circular – ou gaguejante – e o progresso nela se faz à custa do atraso, que reproduz indefinidamente, deixando intacta a desigualdade social, o tema do filme.”

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O que falta para dar certo

Nos dois números anteriores, o C&T, sob a influência das comemorações alusivas aos 500 anos do “achamento” do Brasil pelos portugueses, tratou do porquê de o país não ter, ainda, “dado certo” e apontou algumas razões para acreditar num futuro melhor. Neste número, terceiro e último dessa série, são relacionadas aquelas que parecem ser as “linhas mestras” do sucesso, o “caminho das pedras” em direção a um futuro menos injusto. Horácio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústria do Estado de São Paulo, citou em artigo o que considera sejam os aspectos facilitadores do país para desenvolver-se:

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Razões para acreditar

No dia dedicado ao trabalho, passadas as comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil mas ainda sob sua influência, vale uma reflexão: que razões podemos ter para acreditar no futuro do país onde vivemos e trabalhamos, apesar do seu passado de tropeços? Dito de um modo mais direto: dá para acreditar que temos um futuro viável? Uma precaução, de partida: a visão das dificuldades do passado não nos deve cegar para as potencialidades do futuro. Sobretudo, quando elas estão à vista, desde de que olhadas de uma perspectiva que ajude a buscar, hoje, rumos para esse futuro, com a determinação de não esperar mais “outros quinhentos.”.. anos para ver no que dá.

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500 anos de tropeços

Praticamente todas as pessoas, quando perguntadas sobre que balanço fazem do Brasil no momento da celebração dos seus 500 anos, destacam o quanto falta para darmos certo como nação. Nos depoimentos televisivos, nas entrevistas, nos artigos, nos jornais e revistas ou, mesmo, na conversa descontraída, é visível o traço comum das opiniões: um quê de desencanto e, até, perplexidade. Como um país com tanto potencial, tantas coisas boas, pôde dar no que deu? Uma das nações mais injustas do mundo.

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Microsoft culpada

Segunda-feira, 03.04.2000, a Microsoft, empresa mais valorizada do mundo, foi considerada culpada, em primeira instância pela justiça norte-americana, de “manter poder de monopólio por meios anticompetitivos e tentar monopolizar o mercado de programas para navegação na Internet.” A pena pelo delito cometido será definida dentro do prazo máximo de 60 dias.

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Rebuliço na internet

O mês de janeiro mal se iniciara e, como se o terceiro milênio estivesse mesmo começando agora e não apenas em 01.01.2001, o mundo da Internet produziu um conjunto de notícias surpreendentes. Pela ordem: (1) o Ministério da Justiça norte-americano conclui preliminarmente (a decisão final da Justiça deve-se dar em fevereiro) que a Microsoft deve desmembrar-se em três companhias diferentes, uma empresa de sistemas operacionais, outra de programas compatíveis e outra de negócios na Internet; (2) a IBM anuncia que passa a usar o LINUX (sistema operacional com código aberto, distribuído gratuitamente pela Internet) em seus PCs; (3) segunda-feira 10.01, a America On-line (AOL), maior provedor de Internet do mundo, anuncia a fusão (a maior da história, embora ainda sujeita à aprovação dos órgãos de controle antimonopólio dos EUA) com a Time Warner, maior conglomerado de entretenimento e comunicações do mundo, criando um negócio estimado em US$ 350 bilhões; (4) no Brasil, na mesma segunda-feira, é lançado o acesso gratuito ilimitado à Internet com o início da operação dos provedores iG e BRfree; (5) Bill Gates, depois de 25 anos no comando, anuncia, na quinta dia 13.01, que está deixando o cargo de CEO (Chief Executive Office) da Microsoft para dedicar-se integralmente à função de “chief software architect”, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos, sobretudo os relacionados com a Internet.

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Novo milênio ou não?

Matematicamente o 3º milênio não começa no ano 2000. Nem o novo século, nem a nova década. Nada. 2000 é, apenas, o último ano da década de 90, do século 20 e do 2º milênio. Os novos milênio, século e década começam mesmo é no ano 2001. Por uma razão muito simples: a primeira década começou no ano 1 e foi até o ano 10, logo… não existe ano zero. Nada pode começar num ano terminado por zero, só terminar…

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Os números da crise

    Quem acompanhou a crise da dívida externa brasileira na década de 80, que culminou com a moratória unilateral (quando o Brasil deixou de pagar seus compromissos financeiros internacionais por falta de caixa), lembra-se, com espanto, da cifra de US$ 100 bilhões. Era o total do quanto devíamos aos bancos credores, o valor mais alto que se ouvia falar naqueles tempos.     Hoje em dia, não se têm números precisos sobre a dívida externa brasileira. Alguns dizem estar na casa dos US$ 180 bilhões. Difícil saber com precisão.     Em compensação, com a recente crise financeira internacional, originada pela quebra dos tigres asiáticos e com repercussões importantes sobre o Japão, fomos surpreendidos com valores colossais, capazes de deixar complexados aqueles que se espantavam com tão pouco (?), há quinze anos atrás. US$ 4.500 bilhões – Na verdade, US$ 4,5 trilhões. Valor do PIB do Japão, segunda maior economia do planeta, ameaçada por uma séria crise bancária. US$ 1.300 bilhões – Valor das transações monetárias internacionais diárias (equivalente a 85% de todas as reservas cambiais do mundo). US$ 1.300 bilhões – Valor estimado do montante de ações ou títulos nas mãos de investidores japoneses. US$ 696 bilhões – Ativos do maior banco do mundo: Bank of Tokyo – Mitsubishi (Japão). US$ 500 bilhões – Estimativa do valor necessário para limpar a contabilidade dos bancos japoneses de empréstimos de difícil retorno (70% do PIB brasileiro). US$ 320 bilhões – Total estimado do que os bancos japoneses têm investido em títulos do Tesouro Americano (20% dos papéis do governo dos EUA). US$ 250 bilhões – Total estimado dos empréstimos concedidos pelo Japão a outros países asiáticos (os tigres combalidos). US$ 250 bilhões – Valor estimado de ativos “evaporados” nos últimos dez anos no mundo, em decorrência das crises e das quedas nas bolsas. US$ 230 bilhões – Valor das reservas cambiais do Japão. US$ 160 bilhões – Valor estimado da dívida coreana (governo, bancos e empresas). US$ 150 bilhões – Valor estimado dos créditos “podres” dos bancos dos tigres asiáticos. US$ 100 bilhões – Estimativa do total do socorro que o FMI terá que conceder à Coréia (até agora já assegurou US$ 57 bilhões, no maior pacote de ajuda da história do Fundo).     São números astronômicos que começaram a circular nos meios de comunicação, sobretudo depois dos primeiros abalos asiáticos, no meio do ano.     Embora sejam valores estimados, cuja exatidão é difícil precisar, são indicativos da magnitude do problema que é o desregramento do mercado financeiro internacional e do risco que se corre no caso de um desarranjo estrutural nessa selva planetária de títulos e papéis, muito deles de lastro duvidoso.     Tudo leva a crer que será necessário o estabelecimento de uma nova ordem regulatória internacional. As instituições criadas depois da 2ª Guerra já não dão conta do recado. O FMI, semanas antes da crise estourar, tinha divulgado relatório louvando a saúde financeira dos tigres.     As repercussões deste quadro internacional crítico sobre os países chamados emergentes, como o Brasil, podem ser as piores possíveis, como já se viu em outubro, principalmente se os fundamentos da estabilidade são pouco consistentes, como é o nosso caso.     Do ponto de vista das empresas, há três coisas a fazer: (1) torcer para que o pior não aconteça lá fora; (2) cobrar, por todos os meios possíveis, que o governo faça certo o seu dever de casa; e (3) manter-se financeiramente saudável e mercadologicamente sintonizado.

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Fatores críticos para 1998

    Um mês antes do início de 1998 e passados 30 dias do pior abalo sofrido, até agora, pelo plano de estabilização econômica no país, desencadeado pela crise das bolsas iniciada na Ásia, é possível enumerar aqueles que parecerem ser os principais fatores críticos a serem acompanhados atentamente pelas empresas no próximo ano.     Em resumo, o cenário é de cautela mas comporta oportunidades que podem e devem ser aproveitadas se se concretizarem. De qualquer forma, é preciso constatar que, visto de hoje, 98 é o ano mais incerto da era do Real.

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