Economia

Delfim Netto otimista

Antônio Delfim Netto, 70 anos, deputado federal pelo PPB-SP, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento foi, desde o início do Plano Real, o mais contundente e sistemático crítico do que chamava “armadilha da estabilização” e se traduzia por: câmbio valorizado, juros astronômicos e exportações deprimidas que impediam o país de crescer a taxas de 6% ao ano para atender a demanda por empregos e combater o déficit público com o aumento “sadio” da arrecadação de impostos, não com a ampliação da já alta carga tributária. O registro de sua crítica vem sendo feita pelo Conjuntura & Tendências desde 1996 (ver números 68, 84 e 121).

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Um governo em crise permanente

Já no meio do seu quinto mês de mandato, o segundo governo FHC ainda não disse a que veio e mergulha em mais uma crise. Primeiro, a declaração de moratória do governador Itamar Franco, jogando gasolina na foqueira da desconfiança, depois a desvalorização atabalhoada da moeda e os mais negros cenários para a economia em 99. Quando começa a retomar a iniciativa política, a colher os frutos da renegociação do acordo com o FMI e da melhoria dos cenários econômicos, com a não confirmação das previsões catastróficas, desaba-lhe sobre a cabeça a CPI dos Bancos.

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A estabilização estressada

Após o fechamento dos termos do novo acordo do Brasil com o FMI (ainda a ser referendado pelo conselho do Fundo), depois que a desvalorização do real tornou obsoleto o acerto anterior, ficaram mais evidentes os contornos do cenário com o qual o governo vem trabalhando para tirar o país do buraco macroeconômico em que foi jogado pela teimosia em esticar, muito além da conta, uma política econômica que deveria ter sido temporária.

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O cenário Antônio Carlos

Cenários podem ser entendidos como projeções de futuros possíveis. Não têm a “obrigação” de acontecer e, se adequadamente esboçados, devem funcionar, do ponto de vista das empresas, por exemplo, como insumos para a formulação de alternativas sobre os rumos a serem tomados, caso as tendências projetadas se confirmem. Rigorosamente, pode-se dizer como Arie De Geus (ver C&T 188) “Não é possível saber, e não importa, qual será o futuro. A única pergunta relevante é: o que faremos se tal coisa acontecer?”.

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O que pode acontecer?

O Governo, empurrado pelo mercado e não por vontade própria, trocou uma “aposta” de política econômica (real valorizado e financiado por recursos externos abundantes, até que o ajuste fiscal fosse feito e a âncora cambial pudesse ser trocada pela âncora fiscal) por uma outra “aposta” muito mais exigente em termos de prazo (real desvalorizado, com financiamento monitorado pelo FMI e ajuste fiscal de emergência). Com isso, promoveu a abertura de, pelo menos, três cenários diferentes para a economia e a política do país. Se a “aposta” atual der certo, teremos o cenário da Estabilização Estressada. Se não der certo, abre-se a possibilidade de dois cenários distintos: o da Sarneyzação do Governo ou o da Volta à Estaca Zero em termos da estrutura de controle da política econômica.

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Pelo fio da navalha

Em termos de emoções econômicas, o ano de 1999 está se saindo muito melhor do que a encomenda. Depois das difíceis, embora surpreendentemente rápidas para os padrões estabelecidos, negociações com o FMI e o G-7 (que preencheram o vazio político entre o final das eleições e a posse do presidente reeleito), o ano iniciou quentíssimo com o rastilho de pólvora displicentemente aceso por Itamar Franco. Queda de Gustavo Franco, o guru da âncora cambial; tentativa de desvalorização controlada do real, com o frustrado alargamento da banda promovido pelo novo presidente do Banco Central; flutuação do câmbio, imposta pelo mercado no dia seguinte; euforia da bolsa de valores, com a maior alta do Plano Real; nervosismo no mercado de câmbio, com a moeda norte-americana fechando sua primeira semana livre com uma valorização acumulada no ano de 99 em torno de 40%; forte incerteza quanto ao futuro.

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