Com a sobriedade necessária

O desenrolar dos recentes acontecimentos no Sistema Financeiro permite concluir que se não fosse a imperiosa necessidade de estancar a sangria do Banco Econômico (que atingiu mais de R$ 3 bilhões), o Banco Mercantil não teria sofrido intervenção do Banco Central, uma vez que vinham sendo feitas negociações e buscadas outras soluções para as dificuldades existentes, sem que fosse preciso chegar a este extremo.
As duas realidades são completamente diferentes e querer tratar como se fosse uma coisa só não ajuda a resolver o problema enfrentado pelo Banco Mercantil, pelo Estado de Pernambuco e pelos correntistas particulares e empresas que estão passando por difíceis situações de caixa, algumas dramáticas.

Na adversidade, as lideranças políticas e empresariais de Pernambuco estão, mais uma vez, evidenciando que o Estado não só mudou como o está fazendo na direção mais adequada às exigências atuais. Do Governador Miguel Arraes ao Vice-Presidente Marco Maciel, passando pelas lideranças políticas da situação e da oposição; dos acionistas do Banco Mercantil às lideranças empresariais, passando pelos correntistas atingidos; tem-se procurado negociar soluções com a sobriedade que a gravidade da situação permite, sem gritarias, bravatas, chantagens ou jogos de cena.

Esta é uma marca de Pernambuco: discrição para tratar seus problemas e pensar suas soluções. E, desde que não se misture à timidez, isto não é mau. Pelo contrário, é imperioso transformar esta característica cultural em vantagem competitiva do Estado, aliando-a à seriedade, à competência e à articulação, para além dos partidarismos.

 É uma pena que isto fique evidente em situação tão adversa, que torna difícil perceber a nitidez dos avanços. Temos um mundo novo pela frente, um estado inteiro por construir e um patrimônio de Pernambuco por resgatar.

Não levantaremos a intervenção do Mercantil nem reverteremos o quadro de declínio econômico do Estado sem que haja articulação efetiva, seriedade e disposição empreendedora em torno dos interesses de Pernambuco. Não é fácil nem será rápido, mas tem que ser com sobriedade e sem estrelismos. 

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