"Esperança.Dê-lhes esperança!"

 
Muito se tem falado e escrito sobre a importância da motivação das pessoas para o bom desempenho do trabalho nas organizações. Todavia pouco se tem falado da esperança como elemento essencial para o engajamento delas.
Há uma cena no bom filme (disponível nas locadoras) “Círculo de Fogo” (“Enemy at the Gates”, argumento e direção de Jean-Jacques Annaud, 2001, Alemanha) em que Nikita Khrushchev (1894-1971), na época comandante do Exército Vermelho, chega a Stalingrado, em 1942, para comandar a resistência da cidade, sitiada pelas tropas alemãs, e pede a opinião dos oficiais sobre o que fazer para, diante das terríveis condições da luta, impedir a deserção dos soldados russos e a fuga da população. Em meio a sugestões de fuzilamento e deportação, um oficial diz:

“Esperança. Dê-lhes esperança.”

Nas situações mais difíceis como nas mais comezinhas, a esperança desempenha um papel fundamental no ânimo e na disposição das pessoas. Sem esperança não se compra nem batom, como destaca Bruno Iasnogrodisk no livro “Marketing” (Editora Ortiz, Porto Alegre, 1991) ao citar a frase do presidente da empresa de cosméticos Revlon:

“Na fábrica fazemos cosméticos, na loja vendemos esperança.”

Presidente da Revlon International

Manter acesa a chama da esperança tem sido mais tema da arte e da literatura do que daquilo que se tem escrito sobre a gestão empresarial, mesmo aquela mais fútil que é bem próxima da auto-ajuda e que, por uma questão de similaridade, deveria, pelo menos, passar perto do assunto.
São inúmeras as referências sobre o tema. Do geral para o particular. Do coletivo para o Individual. E vice-versa. A começar pela própria noção de nação.

“Toda nação que se preza não abre mão de três coisas: orgulho nacional, esperança coletiva e moeda estável.”

John Stuart Mill, 1806-1873, economista inglês

Homens famosos pelos seus feitos e suas idéias trataram do assunto, como foi o caso do imperador francês Napoleão Bonaparte e do presidente norte-americano Thomas Jefferson sobre a coragem e o medo.

“A coragem, como o amor, alimenta-se de esperança.”

Napoleão Bonaparte, 1769-1821

“Conduzo meu navio com a esperança sempre em mente. Deixo o medo atrás da popa.”

Thomas Jefferson, 1743-1826

Para quem tem responsabilidade de liderar pessoas nas empresas e organizações, cuidar para que não percam a esperança é fundamental para que se consiga avançar. As pessoas precisam acreditar que algo de promissor pode acontecer para não afundarem no pessimismo e na apatia e, com isso, afundarem também a empresa. Mas, é importante notar, não são necessárias grandes esperanças, apenas que existam para que funcionem como upgrade para as pessoas.

“A esperança verdadeira é rápida e leve, e voa nas asas de um pardal. Ela transforma reis em deuses e as pessoas mais mesquinhas em reis.”

William Shakespeare

A esperança, portanto, é um grande regulador do desempenho, essencial para a “motivação”. Um guia  fundamental para o avanço e para os saltos.

“Naturalmente os saltos do ser humano não são de prazer em prazer, mas de esperança em esperança.”

Samuel Johnson, 1709-1784, poeta inglês