A arte de contar uma históriaque soe convincente e mobilizadora

 
É curioso como ultimamente têm aparecido referências diversas nos meios de divulgação especializados (livros, revistas e artigos) sobre a importância da narrativa de histórias como fonte de inspiração, mobilização e liderança de pessoas nas organizações.
“Em todas as esferas da vida, líderes de sucesso são capazes de articular, de traçar um cenário, de contar uma história sobre o lugar para onde todos estão indo. O que os torna líderes, e não apenas contadores de histórias, é que seus relatos são tão convincentes que as pessoas acabam se juntando a eles.”
Noel Tichy, consultor norte-americano
Por que isso se dá, por que as pessoas se identificam com os bons contadores de histórias, juntam-se a eles e se submetem à sua liderança, talvez seja um desses mistérios insondáveis da alma humana que admitem hipóteses e conjecturas mas nunca uma explicação definitiva. Uma dessas hipóteses é aventada pela especialista em ciências comportamentais Annette Simmons, no livro “The Story Factor”.
“As pessoas não querem mais informações. Querem ter fé: em você, em suas metas, em seu sucesso. A fé pode superar qualquer obstáculo. No entanto, para se sustentar, a fé necessita de uma história que inspire e desperte confiança. E elas só terão fé numa história que lhes pareça real.”
Annette Simmons, HSM Management, agosto/2004
Dentre os entusiastas do poder mobilizador das histórias bem contadas, há até os que colocam a habilidade como fator-chave da liderança, como é o caso do festejado guru da administração Tom Peters.
“A comunicação eficiente de uma história é uma chave – talvez seja a chave – da liderança. Se você quiser interessar os colegas no desempenho futuro da sua empresa, não apresente a eles somente números. Conte-lhes uma história. Números são aborrecidos. As histórias são pessoais, apaixonadas e preenchem um propósito.”
Tom Peters, Você S.A., maio/2004
Annette Simmons cita três tipos de histórias essenciais de serem contadas pelo líder para transmitir credibilidade: (1) histórias sobre “quem sou” (que ajudam a esclarecer sobre o tipo de pessoa que está contando a história e pretendendo exercer a liderança); (2) história sobre “por que estou aqui” (que permitem superar a desconfiança das pessoas sobre quais as reais intenções de quem conta a história); e (3) a história “de minha visão” (que permitem a mobilização das pessoas em torno de algo em que acreditar e perseguir).
Além dessas histórias “obrigatórias” para o líder, Annette cita também as histórias que ensinam e que transmitem valores. Dá um exemplo ilustrativo sobre o significado da valorização da integridade, um tema bastante importante e em evidência nesses tempos de responsabilidade social em alta.
“Dizer ‘valorizamos a integridade’ não significa nada. Mas, se você contar a história de um ex-empregado que escondeu um erro que custou a empresa milhares de dólares ou a de um vendedor que admitiu seu erro e ganhou a confiança do cliente, a tal ponto que este duplicou seus pedidos, estará ensinando ao seu pessoal o que significa integridade.”
Annette Simmons