Author name: helder

Participação nos resultados

    A modernização das relações capital-trabalho é fator decisivo na equação da competitividade. Esta exigência crucial desafia as empresas a produzirem bens e serviços melhores, mais baratos e mais rápidos do que seus concorrentes.     Os sistemas contemporâneos de gestão deslocam a importância dada no passado ao salário fixo e à concessão de benefícios para ganhos variáveis na remuneração dos empregados, como forma de estimulá-los a um maior comprometimento com o desempenho da empresa.     Os modelos práticos adotados variam da divisão (fixa ou variável) de parte dos lucros ou resultados, até a distribuição de ações da empresa com aqueles que contribuíram para os resultados.     A adoção da “gerência de desempenho” tem permitido construir uma ética do trabalho, em oposição à “lei de Gerson”, oferecendo um amplo leque de possibilidades no estabelecimento de relações de trabalho mais autônomas e produtivas, que proporcionam ganhos para a empresa, para os empregados e para os clientes. Tem sido também fator de atração e permanência de bons profissionais.     Além da exigência do desenvolvimento de instrumentos e sistemática de medição e apuração dos resultados e dos lucros, avaliação individual ou de equipe, planejamento e metas claras, mobilização e comunicação entre as pessoas e equipes, e critérios transparentes de distribuição, a gerência de desempenho coloca desafios para empregados (substituir a prática da reivindicação de salários e benefícios por uma postura empreendedora e negociadora) e empregadores (não ver a participação como compensação para salários baixos).     A participação nos lucros e resultados estimula a construção de uma ética do trabalho que proporciona ganhos para empresas, empregados e clientes.

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Realidades distintas, tratamento diferenciado

     Já houve quem dissesse que temos vários “brasis”e não um só Brasil. Exageros à parte, é preciso reconhecer e levar em conta que, de fato, temos no país realidades econômicas bastante diversas e que se faz necessário respeitar essas diferenças.      O Nordeste, embora venha conquistando, pouco a pouco, a imagem de uma região produtiva, revelando a sua absoluta viabilidade, padece ainda de graves problemas estruturais que exigem a adoção de mecanismos de política econômica compensatórios dessas dificuldades.     Desde a implantação do Plano Real, no entanto, os mecanismos de política monetária têm dado um tratamento linear e indiscriminado, no que tange às taxas de compulsório bancário.      Embora tenha resistido bravamente, a economia regional tem dado sinais de esgotamento, evidenciados pelos índices de inadimplência e de redução de negócios, com importantes repercussões na área social.      Para reverter esse quadro, a classe empresarial pernambucana, representada pelo Presidente da FIEPE, Armando Monteiro Neto, apresentou ao Presidente Fernando Henrique, em sua recente visita ao estado, as seguintes propostas de flexibilização da política de crédito para o Nordeste. Š

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A nova roupagem constitucional

    O alfaiate político que recortou a Constituição de 88 fez uma roupa que parece não se adequar bem às necessidades de mobilidade e crescimento do país.     O novo Governo e o novo Congresso, depois de um desencontro inicial, começam, ao que indicam as evidências, a chegar a um acordo sobre o que é possível mudar e como adequar a vestimenta constitucional ao corpo da nação.     Até o momento, as comissões especiais do Congresso, destinadas a examinar preliminarmente os projetos, têm aprovado as propostas do Governo.     Entretanto, a verdadeira batalha será no plenário da Câmara e do Senado (até setembro ou outubro), com a exigência de dois turnos de votação e maioria de 60% dos votos.     Para o ambiente empresarial e para as empresas em particular, essas mudanças, se se confirmarem, podem significar, a médio prazo, maiores oportunidades de negócios (pela flexibilização dos monopólios), simplificação da burocracia fiscal e aumento da concorrência empresarial, demandando das empresas maior capacidade competitiva e maior eficiência na gestão.

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Explícito X Implícito

    Nas empresas, assim como na vida de um modo geral, o que aparece, dito, falado, visto (ou seja, o que é explícito), é apenas uma parte (e a menor parte!) da realidade.     A maior parte da realidade das empresas situa-se no âmbito do que fica implícito, ou seja, não falado, subentendido, oculto, inconsciente.     Considerar esta perspectiva e estar atento ao implícito, é fundamental para quem é responsável pela gestão de uma empresa.     Pensando de um modo estratégico, é isto que vai fazer enorme diferença na qualidade final da gestão. Trabalhar só com o explícito instala o risco permanente de ser dominado por problemas não compreendidos.     Considerar o implícito abre a possibilidade de conseguir perceber as implicações mais amplas dos problemas e, daí, poder administrá-los ou, até, transformá-los em oportunidade de mudanças e de melhorias empresariais. Š

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   O governo enfrenta, hoje, no campo da economia, três problemas importantes:     Do lado fiscal, a falta de coordenação do presidente FHC atrasou as reformas tributária e previdenciária, e o programa de privatização, contribuindo para não reduzir a despesa pública (governo e estatais).     Do lado comercial, a mudança de câmbio e o estímulo fiscal às exportações deram condições de equilíbrio temporário à balança comercial.     Do lado do consumo, o conflito entre comerciante/consumidor, de uma parte, e o governo, de outra parte, está sendo apenas parcialmente tratado.     O consumo é uma moeda cuja outra face é a produção. Oferta de um lado, demanda do outro. Não adianta só frear a demanda (cumprindo uma tática econômica); é preciso também aumentar a oferta (formulando a visão estratégica da economia).     O aumento da oferta foi incentivado pelo governo com as importações: mas elas estão, agora, limitadas pela balança comercial. Qual o outro caminho? O apoio planejado à produção. E como fazê-lo? Através da definição clara de políticas públicas, orientando as empresas na direção das prioridades da indústria, do comércio, da agropecuária e do turismo. E através da explicitação de mecanismos de financiamento de longo prazo, via BNDES.     De qualquer modo, as vitórias políticas do governo, semana passada, no Congresso, parecem sinalizar para um cenário mais favorável, daqui prá frente.     Em maio/junho/julho, a inflação deve continuar sob controle (2% mensais): o câmbio não deve ultrapassar a paridade entre real/dólar; e o consumo deve-se manter estável. Mas o governo tem que praticar políticas de desenvolvimento setoriais e regionais (e o Nordeste?). Não dá prá ficar só apagando incêndio.

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Nem sempre o cliente tem razão

    As pressões sociais por qualidade e as exigências crescentes por competitividade têm evidenciado a necessidade de desenvolver e consolidar, nas empresas, uma postura orientada para a satisfação do cliente.     No passado, o cliente (chamado de “consumidor”, “usuário”, “paciente” ou outras denominações) era uma espécie de “vítima” do prestador de serviço. Hoje, o que se observa é uma reversão desta situação, chegando-se, muitas vezes, até o pólo oposto das posições anteriores.     Atualmente, diz-se que “o cliente tem sempre razão”, que “o cliente é rei” ou outras coisas que denotam soberania e poder do cliente.     Ainda que este novo posicionamento seja decorrente de um processo de transformação e mudança em relação ao atendimento, esta radicalização pelo extremo oposto representa mais um deslocamento da situação de poder (de dominação): antes, dominava a empresa; hoje, dominaria o cliente.     No entanto, um comportamento deste tipo, além de ingênuo, pode fazer o tiro sair pela culatra, pelas seguintes razões:     Às vezes, paradoxalmente, a melhor forma de atender o cliente é dizendo, de modo suportável e mercadologicamente competente, que ele não está com a razão, mostrando outros caminhos mais adequados.     A satisfação do cliente não resulta de se fazer tudo o que ele quer, nem, muito menos, de uma postura serviçal. Resulta sim, de um equilíbrio, onde as duas partes (cliente e, também, o prestador de serviço) precisam estar satisfeitas para que se consolide uma boa relação, que é a base da qualidade do atendimento. Š

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A crise é de coordenação

     Fernando Henrique Cardoso foi eleito porque soube administrar, politicamente, de forma brilhante um programa econômico criativo e de extraordinária precisão técnica.     Pouco mais de 100 dias após iniciar o governo, enfrenta, talvez, a mais rápida regressão de expectativas da história republicana recente. Por que?     É verdade que a brusca mudança do cenário econômico mundial, com a quebra do México, contribuiu bastante para a deterioração das condições de suporte do Plano Real. Mas isso, por si só, não é suficiente para deixar o governo desordenado como está.     O fato é que o Presidente não conseguiu, ainda, desempenhar o seu papel de coordenador de uma equipe composta por bons valores individuais mas desprovida de quase total falta do que, na gíria futebolística, se chama de “conjunto.”     A primeira experiência administrativa de FHC foi o Itamarati, uma máquina formada por profissionais de carreira que funciona sozinha, com ou sem ministro. Além disso, comandou, com êxito absoluto, uma equipe econômica homogênea, formada por técnicos sem pretensões políticas ou compromissos outros que a fidelidade ao ministro que os convocou para a missão de executar uma estratégia técnico-política bem definida. Aí, teve êxito absoluto.     Agora, porém, à frente de um governo de coalisão, com uma equipe montada como se fora um quebra-cabeças político, esta experiência de coordenação é insuficiente.     É preciso desenvolver um esforço novo de coordenação que, em essência, não pode ser delegado a ninguém, por mais “pendor” gerencial que tenha o ministro da Casa Civil, no fim das contas apenas mais um entre pares. Neste aspecto, o descuido tem sido quase que completo. Basta lembrar que a primeira reunião da equipe só foi feita com duas semanas do governo iniciado, depois do tiroteio deflagrado…     Coordenar prá valer essa equipe politicamente heterogênea é tarefa que exige pulso firme, capacidade de diálogo, de convencimento, de negociação e de mediação de conflitos, tempo para dedicar a reuniões com todos os ministros ao mesmo tempo, convicção quanto à necessidade de mudar o país e disposição de construir compromissos da equipe com essas mudanças imprescindíveis.     Nada disso falta a FHC, muito pelo contrário. Falta, isto sim, colocar em prática com esta equipe o que, absolutamente, não tem sido feito até o momento.     FHC precisa mudar o foco de sua atenção, para a coordenação efetiva da equipe ministerial, até agora completamente solta. Ou faz a equipe fazer ou assiste, cada vez mais irado, o desmantelamento de uma possibilidade tão plena de esperança.

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Concorrente não é inimigo

    Nas sociedades primitivas, qualquer um que não seja do grupo é, em princípio, inimigo. A guerra é a regra predominante nas relações entre as tribos, geralmente, inclusive, para se apropriar das vantagens do inimigo.     Na época moderna, as técnicas de benchmarking propõem buscar no concorrente o modelo de inspiração, tê-lo como uma espécie de objeto de desejo.     Entre o passado remoto e a modernidade, o que há de novo nas relações entre os concorrentes? Quais os desafios da contemporaneidade e do futuro?     Sobre o tema, identifica-se, na Pesquisa Empresas & Empresários Ano V (94/95), que os entrevistados tinham uma certa hesitação para falar da questão, caracterizando-se uma espécie de tabu (tabu = perigo + atração + censura).      1. Concorrente é adversário: disputa o mesmo mercado, busca atrair a mesma clientela e, com freqüência, tem vantagens competitivas que podem apontar nossas fraquezas. Por isso, há que ter cuidado com eles.      2. Concorrente também tem interesses comuns, especialmente quando tem vulnerabilidades comuns. Por isso, é possível alianças entre concorrentes que, aí, viram parceiros, para partilhar custos de investimento (capacitação, pesquisa tecnológica), iniciativas de abordagem de mercado ou negociações com fornecedores.      3. Concorrente é estímulo: provoca, desafia, acentua as diferenças e expõe nossas vulnerabilidades, mobilizando, assim, nosso investimento em melhorias, nosso esforço de superar pontos fracos.      4. Concorrente tem direito a ética e, por conseqüência, também tem obrigação, no mínimo, pela evidência crescente de que a falta de ética, como arma, pode ter efeito “bumerangue” (volta para quem atirou). Ser ético com a concorrência vai se tornando um imperativo de mercado, numa sociedade que começa, mesmo timidamente, a clamar por ética generalizada.     Por tudo isso, tratar concorrente como inimigo, com quem só se pode jogar o jogo da guerra (fatal para um ou para os dois), é um traço das relações empresariais que caminha para se tornar coisa do passado, marca de primitivismo.     RECONHECER O CONCORRENTE É TÊ-LO COMO ADVERSÁRIO MAS, TAMBÉM, COMO INDUTOR DE MUDANÇAS E, ATÉ, COMO POSSÍVEL PARCEIRO.     EM QUALQUER DOS CASOS, A ÉTICA, COMO PRINCÍPIO, VEM A SER, NO FIM DAS CONTAS, UMA VANTAGEM COMPETITIVA.

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Não engrossar a crise

    AS FALHAS NA GESTÃO POLÍTICA DE FHC     FHC está pagando o preço da falta de coordenação e de liderança: não quis bancar as reformas (que o país precisa) com o Congresso que saía (em janeiro), nem com o Congresso que entrava (em fevereiro), quando, presidente recém-empossado, estava na plenitude do poder. Resultado: perdeu o timing. Adiou a reforma tributária para 96; está adiando a reforma previdenciária, não acelera o ritmo das privatizações; se enrola com a reforma do Estado. Com isso, “embolou o meio de campo” e reduziu seu tamanho político.     HÁ QUEM APOSTE NA CRISE     Quem conhece as deficiências políticas de FHC não precisa necessariamente investir na crise. Porque isto significa trabalhar contra o País. Mas tem quem o faça: os especuladores e os ineficientes. Os especuladores investem na crise porque o ambiente de tensão econômica e social favorece os movimentos especulativos. E os ineficientes investem na crise porque os ganhos, no ambiente inflacionário, apenas aparentemente dispensam os ganhos de eficiência. Eficiência dá trabalho, muito trabalho.     O QUE É PRECISO FAZER     A atual conjuntura política e econômica, para o observador isento mas comprometido com o país, admite duas considerações. Primeira: a atitude de não engrossar a voz dos que exercem a crítica vã que pode esconder propósitos de especulação e ineficiência. Segunda: a ação de trabalhar na linha da modernização e da eficiência empresarial, com consciência de compartilhar os destinos coletivos de uma Nação, porque os gestores econômicos do Governo ainda dispõem de recursos objetivos para controlar a economia e colocar o país no rumo do desenvolvimento sustentado.

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Cliente calado, cliente perdido

    Já houve quem dissesse que, do ponto de vista das empresas, estamos na Era dos Serviços. Na verdade, na Era dos Serviços ao Cliente.     Face a esta realidade, é imperioso implantar procedimentos comprometidos com a qualidade e com a satisfação do cliente. Um esforço dessa natureza, no entanto, poderá ir facilmente por água abaixo, se não for garantida uma sintonia permanente entre a empresa e o cliente. Se não for estabelecido um canal aberto de escuta do cliente.     Uma forma cada vez mais usada de conseguir manter aberto este canal é a implantação de um processo contínuo de avaliação da qualidade junto ao cliente. Afinal, ninguém melhor para julgar a qualidade de um atendimento do que o próprio destinatário deste atendimento.     Um processo completo de avaliação de qualidade, no entanto, não se restringe apenas à consulta ao cliente. É preciso voltar, também, os olhos para dentro, avaliando, internamente, o desempenho de quem está prestando o atendimento e o modo como estas pessoas estão sendo gerenciadas.     Com a consideração desses três enfoques do processo de avaliação (cliente, prestador do serviço e gerenciamento), é possível construir um programa de melhorias e desenvolver, na empresa, uma cultura de prestação de serviços fundamentada no que se convencionou chamar de tripé da qualidade.           É preciso estar atento, entretanto, para o fato de que um processo como este não se implanta sem mobilizar dificuldades e resistências. Culturalmente, estamos muito pouco preparados para aceitar críticas.         Todavia, é sempre melhor ouvir opiniões, ainda que desagradáveis, do que perder o cliente. Afinal, é sempre dele a iniciativa da última atitude: vingar-se do serviço ou produto insatisfatório, procurando o concorrente sem, sequer, dizer adeus… A não ser, que tenha oportunidade de, ao ser perguntado, dar a sua opinião.     POR INCRÍVEL QUE POSSA PARECER, A EXPERIÊNCIA TEM MOSTRADO QUE FALAR PODE FAZER A DIFERENÇA ENTRE UM EX-CLIENTE E UM CLIENTE RECONQUISTADO.

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