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Kanitz e o PIB de Pernambuco

     No dia 06.03.93, no Mar Hotel, numa promoção do JORNAL DO COMMERCIO, patrocínio do BANDEPE, apoio do MEPPE e da TGI, o consultor da Revista Exame STEPHEN KANITZ fez uma conferência sobre o tema “O BRASIL QUE DÁ CERTO – NOVO CICLO DE CRESCIMENTO 1992 – 2005.” (Ver resumo no box abaixo).      Na ocasião, disse (e repetiu em artigo publicado no JC de 09.03.93) que havia perguntado, em almoço com empresários pernambucanos, qual o PIB do Estado em 1994 e havia recebido respostas que variavam de US$ 10 bilhões a US$ 22 bilhões. Daí, concluía que se não sabemos ao certo o PIB atual, não podemos ter metas de crescimento para os próximos 10 anos.      Trata-se, evidentemente, de uma conclusão infeliz. Em primeiro lugar, porque existe, de fato, uma controvérsia metodológica sobre o cálculo do PIB de 1994 (ainda estimado, uma vez que não apurado oficialmente).      De acordo com a Gazeta Mercantil de 02.03.95, a valores em dólares de 1980, tendo por fontes PEE/EBAP/FGV o PIB de Pernambuco, em 1994, é de US$ 10.243 bilhões (2,6% do PIB do Brasil e 21% do PIB do Nordeste). Se for considerada a inflação americana no período 1980-1994 este valor aproxima-se da casa dos US$ 20 bilhões. Não há, portanto, tanta incoerência assim entre os números apontados…      Em segundo lugar, talvez Kanitz não saiba, mas nos últimos anos cresceu como nunca a discussão no meio empresarial sobre o futuro de Pernambuco, a ponto de, numa iniciativa inédita no Brasil, ter sido formulada a AGENDA PRÓ PERNAMBUCO, versão 1994.      De qualquer forma, a provocação de Kanitz deve ser usada para ajudar a acelerar essas discussões e avançar na definição de rumos cada vez mais consistentes para o nosso futuro.      Afinal de contas, como ele próprio enfatizou na conferência, à boa notícia de que o Brasil vai crescer nos próximos 10 anos junta-se a uma má: a concorrência vai estar como nunca. A respeito da economia do Estado acrescentou: em 2005, se as coisas continuarem como estão, os chineses vão acabar com a indústria de Pernambuco. Segundo ele, temos 10 anos para mudar.          De acordo com a Gazeta Mercantil de 02.03.95, a valores em dólares de 1980, tendo por fontes PEE/EBAP/FGV o PIB de Pernambuco, em 1994, é de US$ 10.243 bilhões (2,6% do PIB do Brasil e 21% do PIB do Nordeste). Se for considerada a inflação americana no período 1980-1994 este valor aproxima-se da casa dos US$ 20 bilhões. Não há, portanto, tanta incoerência assim entre os números apontados…     Em segundo lugar, talvez Kanitz não saiba, mas nos últimos anos cresceu como nunca a discussão no meio empresarial sobre o futuro de Pernambuco, a ponto de, numa iniciativa inédita no Brasil, ter sido formulada a AGENDA PRÓ PERNAMBUCO, versão 1994.     De qualquer forma, a provocação de Kanitz deve ser usada para ajudar a acelerar essas discussões e avançar na definição de rumos cada vez mais consistentes para o nosso futuro.     Afinal de contas, como ele próprio enfatizou na conferência, à boa notícia de que o Brasil vai crescer nos próximos 10 anos junta-se a uma má: a concorrência vai estar como nunca. A respeito da economia do Estado acrescentou: em 2005, se as coisas continuarem como estão, os chineses vão acabar com a indústria de Pernambuco. Segundo ele, temos 10 anos para mudar.     

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Por que o câmbio mudou?

    Apesar de, já algum tempo, ser algo considerado inevitável, a mudança do câmbio tão cedo pegou todo mundo de surpresa, no início da semana passada.     Não se sabe ao certo, ainda, o que faz o governo mudar de idéia antes de maio, ou seja, da eleição na Argentina e do ajuste fiscal (qua vai permitir o lançamento da verdadeira âncora do real: a fiscal).     Talvez, tenha-se rendido rapidamente ao fato de que, como disse Simonsen, “inflação esfola, mas crise cambial mata.”     O certo é que a viagem do presidente ao Chile, de onde veio dizendo-se surpreendido pelos fatos… e a do ministro Malan aos EUA precipitaram a decisão.     Mais cedo do que tarde, entretanto, o câmbio muda, na esfera econômica, para equilibrar as contas externas e garantir as reservas cambiais, o grande trunfo macroeconômico que o país tem.     Na esfera psicossocial, as mudanças foram sinalizar que o governo tem o controle do processo de ajuste do plano, assegurando condições objetivas para organizar gradualmente a economia. Vale dizer : corrigir excesso de consumo de faixas da população (que alimenta a subida de preços) e reduzir a velocidade das taxas de crescimento do PIB (que provocam distorção no equilíbrio entre oferta e procura).     Acontece que, na execução das medidas tomadas, a inadequada articulação administrativa e política do governo terminou por provocar um grande tumulto no mercado e submeter o Plano Real a um duríssimo teste desnecessário. A semana terminou com o governo tendo que jogar pesado para retomar o controle da situação. Teve sucesso, pelo que parece demonstrar a alta de 25% do índice da Bolsa de São Paulo na sexta-feira.      Os efeitos prováveis de mudança cambial são:      Essas mudanças ajustam o cronograma da ancoragem do Plano Real, como se pode ver abaixo:

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Carnaval: uma vantagem competitiva

    A propaganda que é feita das vantagens das economias emergentes na Ásia (os chamados Tigres), enfatiza a dedicação total ao trabalho. Há casos citados de países onde são apenas 7 os dias de férias por ano.       No Brasil, só durante o carnaval, lá se vão quase 7 dias sem trabalho. Sem falar na semana santa, nos feriados, na copa do mundo…     É possível pensar em desenvolvimento econômico, em produtividade, etc, nessas condições? É possível combinar prazer e produção?     Alguns números relativos ao carnaval de Pernambuco, divulgados pela imprensa, são expressivos:     O Ministro da Cultura, Francisco Weffort, que visitou Pernambuco no período, afirma que junto com o Rio de Janeiro e Salvador, Recife-Olinda fazem parte do eixo cultural-carnavalesco mais denso do país.     O que se viu, mais uma vez, nas ruas, foi uma explosão extraordinária de criatividade e irreverência. Não é possível que isso só possa se manifestar durante o carnaval.     Pelo menos em Pernambuco o desenvolvimento econômico não só se fará, apesar do carnaval, mas com a sua ajuda pelo que tem de lúdico e motivador de criatividade.     O nosso desenvolvimento (do país e do Estado) tem que se dar considerando que não somos e nunca seremos asiáticos e que, ao contrário deles, temos que fazer de nossa singularidade cultural vantagem competitiva nos negócios.     O BRASIL QUE DÁ CERTO     Nesta segunda-feira 06.03.95, no Mar Hotel, numa promoção do JORNAL DO COMMERCIO e patrocínio do BANDEPE, com o apoio do MEPPE e da TGI, o consultor da Revista Exame, STEPHEN KANITZ, estará fazendo palestra sobre ” O Brasil que dá certo.” Depois haverá noite de autógrafos com coquetel.

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O Plano Real vai indo bem

    Os economistas e consultores Ibrahim Eris e Luiz Paulo Rosenberg participaram, dia 09.02.95, no Mar Hotel, do Encontro Empresarial Mercantil. Na ocasião, falando sobre perspectivas econômicas do país, opinaram de que o Plano Real tem sido, até agora, um sucesso e que tem amplas possibilidades de continuar assim, desde que sejam feitas mudanças, sobretudo, no câmbio. As principais opiniões emitidas foram as seguintes:  

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Quando mudará o câmbio?

    O câmbio só mudará quando deixar de ser âncora do Plano Real. E ele só deixará de sê-lo quando o governo fizer a reforma tributária (no âmbito da reforma da Constituição) e introduzir a âncora fiscal, já defendida pelo Ministro Malan e pelo presidente do Banco Central, Pérsio Arida.     Âncora Fiscal significa: equilíbrio do orçamento federal (que, hoje, tem um déficit projetado de US$ 15 bilhões), através da combinação de cortes na despesa e da alteração na distribuição da receita pública, entre a União, Estados e Municípios, beneficiando a União.        Portanto, o câmbio NÃO mudará: •  a curto prazo, ou seja, nos próximos dias, em decorrência da decisão     política do governo. •  nos próximos 60 dias, em consequência do controle que o governo está    fazendo da balança comercial.

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Os desafios do futuro

    A pesquisa Empresa & Empresários – 94/95, Ano V, realizada pela TGI, promovida pelo Jornal do Commercio, com apoio do Banco Mercantil, cujos resultados finais estarão sendo apresentados dia 13.02, às 19h30, no Hotel Recife Palace, apresenta como uma de suas conclusões os quatro principais desafios relativos ao desenvolvimento do Estado e à gestão das empresas, na opinião dos empresários entrevistados. São as seguintes:     Nesta quinta- feira, 09/02, às 18h30, no Mar Hotel, o Banco Mercantil reúne clientes e amigos para mais um Encontro Empresarial Mercantil. Desta feita, os palestrantes serão Luís Paulo Rosemberg e Ibrahim Eris que discorrerão sobre a atual conjuntura econômica do país.

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30 dias do governo FHC

    Trinta dias é muito pouco tempo para se avaliar um governo: mas é o bastante para se observar o estilo de agir e a direção das decisões, e o suficiente para evidenciar duas certezas.      A primeira é que o presidente não é político de atos heróicos nem de anúncios espetaculares. Antes, é um gestor que acredita no diálogo, no convencimento e na persuação política, como tem feito nos continuados entendimentos com parlamentares.     A segunda certeza é que o êxito do seu governo dependerá, em grande parte, do sucesso do Plano Real. Parcela significativa do eleitorado votou no plano, e o presidente fará o que for politicamente necessário para viabilizar suas metas.     De qualquer modo, uma avaliaçao preliminar sobre os primeiros trinta dias do governo FHC sugere três abordagens:     A ECONOMIA, ponto alto do governo, onde já obteve duas conquistas. Mostrou, com a inflação de dezembro, que não era estelionato eleitoral. E está conseguindo demonstrar não existir relação funcional entre a crise mexicana e a estabilização da economia brasileira. Mas, como diz o presidente do BC. Pérsio Arida, “a âncora do plano é o ajuste fiscal.” Assim, o governo terá de lutar muito para concretizar as reformas indispensáveis a este ajuste.     A ADMINISTRAÇÃO, ponto baixo do governo. A Nação, nestes 30 dias, viu uma equipe heterogênea, sem pontos de unidade nem confluência política. O presidente deu um basta oportuno à descoordenação administrativa, mas ainda está limitado pela disputa de cargos entre os partidos. Só a paciência política e sua obstinação pessoal permitirão avançar no rumo dos objetivos nacionais.     A POLíTICA, o campo mais complexo e mais sensível. É exatamente na arena do congresso que o governo vai buscar os recursos institucionais para modernizar o País. E é precisamente lá que se instala forte resistência ao avanço social contra o corporativismo e o patrionalismo, e onde se travará o combate mais intenso entre o antigo e o moderno. Isto vai exigir muita habilidade e firmeza para modelar as reformas que a economia e a sociedade reclamam.     Neste momento, a força da aliança política que dá sustentação ao governo é maior que o presidente. Veja-se o que ocorreu para aprovar a MP do imposto de renda: a anistia do senador Humberto Lucena.     Só na medida em que o governo for conseguindo consolidar uma economia estável, com maiores taxas de crescimento e maior nível de emprego, o presidente poderá passar a ocupar um maior espaço social e político. Talvez, então, ele consiga ser o efetivo condutor político da cena brasileira.      Dependendo da evolução dos fatos econômicos e políticos, pode haver dois governos FHC. Este primeiro, que deve durar um ou dois anos. Depois, um segundo com outra moldura, outros atores, outra economia, outro discurso. Aí estará nascendo outro país.

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O desafio da coordenação

    Começando o governo, logo na primeira semana, o presidente da república deu um exemplo, simultâneo, do que pode e do que não deve ser, uma ação adequada no exercício da gestão: só depois que começaram a aparecer, publicamente, as desavenças e ciumeiras entre os ministros, é que ele reuniu todos e, conjuntamente, fez acordos mínimos para dar início à construção de uma ação coordenada.     Antes disso, FHC vinha conversando (gerenciando) com cada ministro separadamente e o resultado viu-se nos jornais: cada um “puxando a brasa para a sua sardinha.”     A gestão das empresas não é, no essencial, diferente da gestão política. Também nas empresas, a coordenação é vital para que os resultados sejam integrados e haja sintonia das ações. Coordenar é, justamente, conseguir unidade sem apagar as diferenças.     A harmonia não é padrão na vida dos grupos. Ao contrário, o que existe em todos é conflito de interesses, diferenças de posicionamentos, discordâncias e divergências.     A ação de coordenação, que compete a quem dirige (uma empresa ou um governo) requer criar um espaço onde seja possível confrontar (sem afrontar) essas diferenças, negociar interesses e fazer acordos que, embora considerando as necessidades e urgências de cada parte, privilegiem o todo e permitam a construção coletiva.     Processos chamados de “Gerência Colegiada” são uma tendência das gestões estratégicas e favorecem a consolidação de grupos mais competentes.     Nas gerências colegiadas, ao invés do gerenciamento “um-a-um” com o dirigente (empresário ou governante), criam-se mecanismos de articulação e ações integradas entre todos os gerentes, coordenados pelo dirigente.       O DESAFIO QUE PARECE CRUCIAL PARA O GOVERNO FEDERAL E PARA AS EMPRESAS É EXECUTAR UMA AÇÃO COORDENADA, OU SEJA, CONSEGUIR UNIDADE E INTEGRAÇÃO, DE AÇÕES E DE RESULTADOS, ENTRE TODOS AQUELES QUE SÃO RESPONSÁVEIS PELO GERENCIAMENTO.

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Otimismo com pé no chão

    As perspectivas empresariais para 1995 são muito melhores do que as registradas há um ano em relação a 1994, se comparados os resultados da Pesquisa Empresas & Empresários.     Quando perguntados sobre o porquê dessas previsões, os empresários pesquisados responderam:     A comparação dos conteúdos das principais expectativas evidencia uma mudança significativa de natureza, de um ano para o outro. Enquanto para 1994 as expectativas de bom desempenho baseavam-se, principalmente, em fatores de ordem interna às empresas; para 1995 as expectativas baseiam-se em fatores exclusivamente externos.     Não é razoável imaginar que basta a economia estabilizar-se para as empresas melhorarem. Pelo Contrário, estabilidade exige grande atenção com o mercado e com custos enxutos. E esta preocupação não tem sido, ao longo dos últimos anos, lugar comum no mundo dos negócios. Mesmo porque, a instabilidade não deixava isto claro…     Daí que, as boas perspectivas de estabilidade econômica não significam, necessariamente, garantia de prosperidade para as empresas.     O otimismo quanto ao país não pode deixar de ser acompanhado de um realismo muito frio quanto às necessidades de aperfeiçoamento da gestão das empresas, no que diz respeito à qualidade dos produtos, aos custos fixos e à motivação e engajamento do pessoal.

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95: o ano da competência

    Todos os indicadores, inclusive a maioria absoluta das expectativas (98% dos entrevistados pela Pesquisa Empresas & Empresários – Ano V), sinalizam um 1995 melhor do que 1994.     O sucesso do Plano Real, o novo governo e as perspectivas de um desenvolvimento econômico sustentado são os principais motivos para este otimismo.     Do ponto de vista das empresas, entretanto, é cada vez mais reconhecido que, para aproveitar essas oportunidades que se desenham no horizonte, é preciso eficácia crescente na condução dos negócios.     Há cada vez menos lugar para improvisações ou amadorismo. Neste contexto, a pedra de toque das mudanças começa a ser o profissionalismo da gestão empresarial.     De fato, a competitividade em todos os níveis passa a ter cadeira cativa nestes novos cenários.     Uma palavra resume as exigências da competição, da sobrevivência e do crescimento: competência.     1995 será, portanto, a se confirmarem as previsões, o ano da competência na gestão das empresas.     Dentro deste espírito é que o informativo Conjuntura & Tendências, produzido pela TGI, passa em 1995 a contar com o patrocínio do Banco Mercantil S.A. para chegar semanalmente a sua empresa e subsidiar a tomada de decisões competentes.     UM 95 CHEIO SE SUCESSO E REALIZAÇÕES, SÃO OS NOSSOS VOTOS.

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