Menos esgoto do que telefone:problemas do século 19, desafios do 21
Duas notícias veiculadas no fim de semana passado dão uma mostra eloqüente de como o Brasil é um país de contrates e problemas sociais de grande magnitude.
Duas notícias veiculadas no fim de semana passado dão uma mostra eloqüente de como o Brasil é um país de contrates e problemas sociais de grande magnitude.
Recentemente o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) divulgou o IDH (Ã?ndice de Desenvolvimento Humano) de 2003, com uma boa notÃcia: o Brasil subiu da posição 69 para a posição 65 no ranking de 175 paÃses. Os progressos brasileiros deveram-se a melhorias na educação, na expectativa de vida e na igualdade entre os sexos.
É impressionante como em época de carnaval o país praticamente todo pára formalmente de funcionar, seja para brincar, seja para descansar. Nessas proporções (praticamente uma semana de feriados), talvez seja algo sem similar no mundo, pelo menos no nível de intensidade que ocorre por aqui.
Depois de dois números dedicados ao grave problema da insegurança e da violência no país, o Gestão Hoje, como não poderia deixar de ser pela data de sua circulação, dedica o presente número ao carnaval.
O lado que se pode ver de positivo em toda essa evidência da falta de segurança em que vivem as populações das grandes cidades no Brasil é o avanço da consciência social acerca da gravidade e da complexidade do problema.
A semana que passou colocou novamente em evidência (e isso tem acontecido com freqüência cada vez maior) o grave problema da violência e da falta de segurança no país. O seqüestro seguido de assassinato do prefeito de Santo André e o assassinato do procurador mineiro Francisco José Lins do Rego Santos foram os fatos mais marcantes.
Caetano Veloso no seu mais recente CD, “Noites do Norte”, apresenta na Segunda faixa uma surpreendente versão musicada de um belo texto do abolicionista Joaquim Nabuco, falando sobre a herança que a escravidão deixou para o país.
A propósito da mais recente viagem do presidente Fernando Henrique Cardoso, semana passada à Alemanha, ainda sob o impacto do mau desempenho do país nas Olimpíadas de Sidney, vale uma reflexão sobre a dificuldade que temos de acreditar, de verdade, na importância que o Brasil tem no mundo. Os sentimentos são sempre extremados: se ganhamos uma competição esportiva importante (uma Copa do Mundo, por exemplo), explode-se em ufanismo mas, no dia-a-dia, predomina a galhofa. O repórter e colunista da Folha de S. Paulo, Clóvis Rossi, que acompanhou a viagem presidencial à Alemanha, tratou do assunto de forma tão precisa que vale a pena reproduzir:
A transmissão ao vivo para todo o Brasil do estúpido seqüestro de um ônibus no Rio de Janeiro que culminou com a morte da refém inocente e do seqüestrador culpado expõe toda a dramaticidade do estado de insegurança em que vive o país e coloca questões importantíssimas para reflexão.
No Conjuntura & Tendências da semana passada foram relacionadas duas das quatro tendências não macroeconômicas de peso, com grande potencial de impacto sobre as empresas no ano que se inicia e nos próximos.