Gestão

Pensar global ou local?

No ano passado a marca Coca-Cola, a mais valiosa do mundo, estava estimada em US$ 83,8 bilhões. Este ano, segundo pesquisa da Interbrand divulgada em julho, sofreu uma desvalorização de 13%, passando a valer US$ 72,5 bilhões. Com esse decréscimo, apesar de continuar em primeiro lugar, a Coca-Cola encosta na marca Microsoft, estimada em US$ 70,2 bilhões (um acréscimo de quase 25% em relação à estimativa anterior, apesar do processo que sofre nos EUA por práticas monopolistas).

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Distância suficientemente boa

Tancredo Neves foi um político emblemático da segunda metade do nosso século. Ministro de Justiça do presidente Getúlio Vargas, recebeu das mãos dele, momentos antes do mais rumoroso suicídio da história republicana, a caneta com a qual teria sido assinada a famosa carta-testamento. Parlamentar destacado, governador de Minas Gerais, presidente eleito, Tancredo, adoecendo na véspera da posse, morreu sem realizar o sonho para o qual se preparou a vida inteira. Todavia, deixou um legado político que inclui diversas histórias, observações sagazes e frases que lhes são atribuídas, dentre elas a seguinte:

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Quem não quer ser freguês?

A palavra está desgastada porque historicamente foi substituída por cliente. Mas o que conta é o espírito dela. Freguês era aquela pessoa conhecida pelo padeiro, merceeiro, açougueiro, verdureiro, farmacêutico etc. Todos sabiam seu nome, seus hábitos de consumo, concediam-lhe crédito sem qualquer exigência burocrática, perguntavam pela família, faziam sugestões, opinavam. Em suma, alguém que existia fisicamente e era reconhecido em sua singularidade. Era um integrante da freguesia (coletivo de freguês mas, também, paróquia, circunscrição territorial, proximidade…).

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É comum dizer que a competição acirrada causa estresse. Associando as atividades empresariais à imagem da guerra (“marketing de guerra”, “estratégias de guerra”, “a arte da guerra para executivos”, etc), a idéia se reforça com a imagem de que competir é estar numa “luta de vida ou morte”.

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Gestão por unidades de negócios

Hoje em dia, cada vez mais, a gestão empresarial conseqüente requer domínio do conjunto e, ao mesmo tempo, autonomia das partes constituintes da empresa. Domínio do conjunto para permitir funcionamento integrado, economia de escala, rumos estratégicos convergentes, unidade de propósitos etc. Autonomia das partes para permitir maior velocidade nas decisões, uso criterioso dos recursos, responsabilidade dos gestores e “pontaria” mais precisa para atingir os alvos de mercado.

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A internet será commodity

De modo semelhante à qualidade (total) que, anos atrás quando apareceu, foi como uma febre contaminando tudo, a Internet veio para incorporar-se à vida empresarial de forma irremediável. Hoje, a qualidade passou a fazer parte do produto ou serviço e virou uma espécie de commodity da gestão, deixando de ser o fator diferenciador que era no início (ver C&T 259 sobre o tema). Nem mesmo os certificados ISO fazem mais a diferença que faziam. Hoje em dia, é quase uma obrigação. Guardadas as devidas proporções, o mesmo deve acontecer com a Internet. Ela vai virar também uma commodity da gestão e não se poderá falar em empresa separada da Internet (de um modo geral, todas as empresas serão, de uma forma ou de outra, e-business).

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"Toda unanimidade é burra"

O genial dramaturgo brasileiro, pernambucano de nascimento, Nelson Rodrigues, gostava de frases retumbantes e controversas. Radicalizava para chamar a atenção. Todavia, como grande conhecedor que era da natureza humana, e da brasileira em particular, nenhuma frase sua pode ser descartada de princípio. Todas elas dão o que pensar, algumas ganham, até, o contorno de sentenças filosóficas. É o caso de “toda unanimidade é burra.”

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