O papel da comunicação internana conquista dos corações e mentes

 
No Gestão Hoje 505, foi tratado o tema do Planejamento Estratégico como meio privilegiado de conquista dos “corações e mentes” das pessoas que trabalham nas empresas e organizações de um modo geral.
Todavia, não foi tratada, por questão de espaço, a importância da comunicação interna como ferramenta essencial para a internalização dos conteúdos do Planejamento Estratégico por toda a organização.
Essa importância se dá pelo fato de hoje em dia, e cada vez mais, o trabalho organizacional caracterizar-se como “de conhecimento”. Peter Drucker, o guru dos gurus da administração, chega mesmo a dizer que os trabalhadores contemporâneos, todos nós em última instância, são “trabalhadores de conhecimento” que não podem ser “mandados” mas, sim, tratados como sócios.
“O trabalhador de conhecimento não pode ser administrado como subordinado: é um sócio. Pode ser sócio júnior ou sênior, mas não é subordinado ou superior.”
Peter Drucker, consultor austríaco, radicado nos EUA
Como sócios, portanto, que carregam seu trabalho na cabeça (na condição de “trabalhadores de conhecimento”), não podem deixar de participar da definição da estratégia da empresa nem, muito menos, deixar de serem bem informados dos rumos da organização. Caso contrário, se desinteressarão do “investimento” societário e procurarão direcionar seus interesses para “investimentos” que dêem melhor “retorno”.
Por conta, justamente, dessa crescente “intelectualização” do trabalho numa sociedade dita “da informação”, assolada, inclusive, por uma overdose de informações, a comunicação interna bem feita passa a ser uma necessidade capital. Passam a ser essenciais, deste modo, mais diálogo, mais debates e mais discussões para transmitir/gerar conhecimento, lidar com as incertezas e criar novas soluções para os desafios empresariais relevantes.
Hoje, na prática, a comunicação interna constitui-se numa importante ferramenta de gestão, imprescindível para a competitividade das empresas.
Mas, apesar de se terem desenvolvido, ao longo dos últimos tempos, toda uma gama de mídias internas de comunicação tais como jornais, murais, teleconferências, intranets etc., as pesquisas sérias têm demonstrado, com bastante ênfase, que a comunicação interna mais eficaz é a do gerente com a sua equipe, independente das parafernálias disponíveis.
“Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto.”
Millôr Fernandes, jornalista e humorista brasileiro
Por exemplo: só o gerente é capaz de contextualizar, na medida adequada, o impacto da estratégia adotada pela empresa para a sua área e quais as exigências decorrentes para a equipe.
Todavia, para que o gerente seja, efetivamente, um agente de comunicação competente, a área encarregada da comunicação interna (em muitas organizações, essa função é acumulada pela área de recursos humanos) deve mantê-lo bem assessorado e treinado para o exercício deste importante papel.
Nem sempre a área responsável atua deste modo, restringindo-se, em boa parte dos casos, à produção de jornais, campanhas internas, peças de comunicação e eventos para os empregados, esquecendo ou relegando a segundo plano, o assessoramento ao gerente.
Uma boa comunicação interna, pautada pelo gerente com os conteúdos básicos do planejamento estratégico, é, portanto, um fator indispensável de competitividade empresarial nos exigentes dias atuais.