Do ponto de vista empresarial, final de ano e começo de ano novo é época de balanço estratégico. De refazer o exercício de planejamento estratégico com o objetivo de ajustar o foco para o ano que começa.
Para as empresas que não adotaram ainda a prática do planejamento estratégico e pretendem iniciá-la, o procedimento a ser seguido já foi bastante comentado pelo Gestão Hoje. Para recuperar esse conteúdo, basta entrar no site do informativo (www.gestaohoje.com.br) e escrever a expressão “planejamento estratégico” no local de busca.
Para as empresas que já incorporaram o exercício do planejamento estratégico às suas práticas de gestão, o mais conveniente é fazer uma avaliação do que foi realizado no ano e a revisão do desafio e das prioridades para o ano que se inicia.
A principal razão para se proceder dessa forma não é para tentar predizer ou prever o futuro. Afinal, isso é impossível, como bem destaca o especialista francês em prospectiva e planejamento estratégico Michel Godet, em seu livro “Manual de Prospectiva Estratégica – da Antecipação à Ação” (Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1993).
“Todos os que pretendem predizer ou prever o futuro são impostores, pois o futuro não está escrito em parte nenhuma.”
Michel Godet
O que se pode fazer são projeções para o futuro, buscando diminuir a incerteza em relação a ele e “alinhar” as ações em direção ao rumo pretendido. Ao fazer esse exercício regularmente, a empresa reforça seus “músculos” para uma ação conseqüente.
A avaliação estratégica da empresa que já pratica o planejamento estratégico consiste no registro dos seguintes aspectos relevantes:
1. Avanços do ano que passou
São os principais aspectos positivos do ano, sejam internos ou externos à empresa.
2. Dificuldades do ano que passou
São os principais aspectos negativos do ano, sejam internos ou externos à empresa.
3. Propulsores do ano que se inicia
São os principais aspectos facilitadores, sejam internos ou externos à empresa, que podem ser antecipados para o ano que se inicia.
4. Restritores do ano que se inicia
São os principais aspectos dificultadores, sejam internos ou externos à empresa, que podem ser antecipados para o ano que se inicia.
5. Desafio do ano que se inicia
É o enunciado daquilo que, observada a avaliação dos aspectos positivos e negativos do ano que termina e do ano que se inicia, deve constituir-se na principal referência orientadora da ação estratégica da empresa no novo ano. É algo que, depois de formulado, deve ser divulgado internamente o mais possível.
Formulado o desafio do ano, é desejável que sejam definidas as Prioridades (as ações estratégicas, com metas definidas até o dia 31.12 do ano planejado) que devem ser executadas para cumprir o desafio estabelecido. A prática tem demonstrado que as prioridades não devem ser mais de cinco. A partir desse número, fica difícil de guardar na cabeça, de lembrar. Afinal, quem tem muitas prioridades, na prática, não tem prioridade nenhuma.
Feito esse exercício anual (que deve, em princípio, ser atualizado a cada semestre), a empresa desenvolve a sua “mente” (o pensamento estratégico) e fortalece o seu “corpo” (alinhamento da capacidade executiva). Mente empresarial sã em corpo estratégico são.