Essas são velhas convicções que foram, durante muito tempo, tratadas como fatalidades, ou seja, era assim mesmo e não havia o que fazer. Administrar pessoal, neste contexto, não passava de uma luta sem fim, entre partes inconciliáveis. Hoje em dia, entretanto, há cada vez mais empregados que, embora não eliminando os salários de suas preocupações, desejam outras coisas além disso, como, por exemplo, estímulo ao seu desempenho, reconhecimento dos seus esforços e valorização das suas competências. Podem, inclusive, em programas diversos de qualidade e de produtividade, agir como “parceiros” dos empresários, trabalhando pelo crescimento e pela consolidação da empresa e ajudando a construir um futuro no qual se sintam incluídos. E há, cada vez mais, empresários que consideram os empregados não apenas como a “força de trabalho”, nem, tão somente, como a parte “humana” dos seus recursos, junto com os recursos financeiros e a tecnologia. Consideram, antes, como a força mais importante do “capital” produtivo da empresa, traduzido por conhecimento, competência e compromisso com a ação e com os resultados. Muitos empresários já sabem que os empregados podem ser “sócios-empreendedores”, tão essenciais quanto os sócios no capital e, por isso, cada vez mais, admitem e começam a praticar a participação nos resultados da empresa, sem ser por obediência formal a decisões governamentais. É certo que isto não acontece com todos, nem , ainda com a maioria. Em alguns casos, o “avanço” na ação empresarial é começar a ter a convicção de que a qualidade final dos resultados da empresa depende do quanto os empregados sintam e percebam que têm, dos empresários e dirigentes, o reconhecimento da dignidade e do valor do trabalho. Isto com expressão concreta nos salários e em formas diversas de remunerações variáveis e de incentivo financeiro à produtividade. No fim das contas, não há como não reconhecer esta “nova” visão como uma tendência irreversível na gestão empresarial, numa perspectiva estratégica e na direção da qualidade, da produtividade e da competitividade. Afinal, é com gente que se fazem empresas produtivas e competitivas. É com gente que se produz qualidade. É com gente que se faz, inclusive, redução de custos. É com empregados empreendedores que se criam vantagens competitivas poderosas.